Depois de uma série de reuniões com discussões sobre a literatura camoniana, chegamos a um consenso sobre um plano de aula, em conjunto montamos a seguinte estrutura:
LITERALMENTE LITERATURA : PLANO DE AULA.
1ª- etapa: Apresentação do tema.
Após colocarmos em pauta vários textos, com conteúdos
diferentes sobre a literatura Camoniana, chegamos a um denominador comum:
CAMÕES LÍRICO.
2ª - etapa: Objetivos específicos:
Levar ao conhecimento dos amantes da Literatura Portuguesa,
o conteúdo já apresentado no blog sobre Camões lírico, buscando na forma de um
soneto, uma análise mais detalhada e explicativa, acompanhada de exercícios.
3ª - etapa: Através dos textos, poderão obter as informações
necessárias para a análise poética. A apresentação de exercícios levarão os
alunos a lerem atentamente o material exposto anteriormente, para a resolução
dos mesmos.
4ª - etapa: Procedimento: Exposição do soneto.
ENQUANTO QUIS FORTUNA QUE TIVESSE
1-
Enquanto quis fortuna que tivesse
2-
Esperança de algum contentamento
3-
O gosto de um suave pensamento
4-
Me fez que seus efeitos escrevesse.
5-
Porém, temendo Amor que aviso desse
6-
Minha escritura a algum juízo isento,
7-
Escureceu-me o engenho c’o tormento,
8-
Para que seus enganos não dissesse.
9-
Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos
10- A diversas vontades! Quando lerdes
11- Num breve livro casos tão diversos,
12- Verdades puras são, e não defeitos...
13- E sabei que, segundo o amor tiverdes,
14- Tereis
o entendimento de meus versos!
5ª – etapa: Análise textual.
O soneto de Camões configura quatro funções da linguagem.
São elas:
Função poética: No
trabalho com a expressividade do código, com a rima, métrica, sonoridade e
seleção vocabular.
Função metalinguística: A metapoesia, a poesia-sobre-poesia,
pois o tema central é exatamente a composição e a recepção do lirismo amoroso.
Função expressiva ou emotiva: Na presença do eu-lírico, em
1ª pessoa; (“ eu tivesse” ), (“ me fez”), (“ minha escritura” ) e ( “escureceu-me”
).
Função apelativa ou conativa: Nos apelos ao leitor, ao
receptor, implícito na 2ª pessoa do plural, a partir do verso 9: “ Ó vós”,
“quando lerdes”, “sabeis” e “tereis”.
6ª- etapa: Exercícios propostos:
1º) Por que nos versos 5 e 9 a palavra Amor está grifada com
inicial maiúscula e no verso 13 está grifada com minúscula? Há diferença de
sentido? Como se chama esse procedimento?
RESPOSTA: Nos versos 5 e 9, o poeta refere-se ao Amor como
um conceito, um valor intemporal, universal, abstrato e absoluto. Por isso
valeu-se da inicial maiúscula, da chamada maiúscula alegorizante. No verso 13,
amor está grafado com minúscula por referir-se à experiência humana, à relação
interpessoal, concreta, à relação amorosa vivida, não idealizada.
2º) Faça a escansão do dois primeiros versos.
RESPOSTA:
Em / quan / to / quis / for / tu / na / que / ti / vê // sse
Es / pe / ran / ça / de al / gum / com / tem /ta / men // to
Os versos são decassílabos.
3º) Identifique o sistema de rimas:
RESPOSTA:
Nos quartetos, as rimas são interpoladas ou opostas: Abba –
Abba ( ESSE-ENTO-ENTO-ESSE )
Nos tercetos são alternadas ou intercaladas: cde – cde
(EITOS-ERDES-ERSOS ).
7ª – etapa: Recursos necessários:
Lousa, giz, caderno ou folha sufite, caneta ou lápis e livro
didático.
Ok, pessoal. Corrijam: " lousa"
ResponderExcluirbj
Lígia