quarta-feira, 23 de maio de 2012

Plano de Aula

Depois de uma série de reuniões com discussões sobre a literatura camoniana, chegamos a um consenso sobre um plano de aula, em conjunto montamos a seguinte estrutura:

LITERALMENTE LITERATURA : PLANO DE AULA.

1ª- etapa: Apresentação do tema.
Após colocarmos em pauta vários textos, com conteúdos diferentes sobre a literatura Camoniana, chegamos a um denominador comum: CAMÕES LÍRICO.

2ª - etapa: Objetivos específicos:
Levar ao conhecimento dos amantes da Literatura Portuguesa, o conteúdo já apresentado no blog sobre Camões lírico, buscando na forma de um soneto, uma análise mais detalhada e explicativa, acompanhada de exercícios.

3ª - etapa: Através dos textos, poderão obter as informações necessárias para a análise poética. A apresentação de exercícios levarão os alunos a lerem atentamente o material exposto anteriormente, para a resolução dos mesmos.

4ª - etapa: Procedimento: Exposição do soneto.

ENQUANTO QUIS FORTUNA QUE TIVESSE

1-      Enquanto quis fortuna que tivesse
2-      Esperança de algum contentamento
3-      O gosto de um suave pensamento
4-      Me fez que seus efeitos escrevesse.

5-      Porém, temendo Amor que aviso desse
6-      Minha escritura a algum juízo isento,
7-      Escureceu-me o engenho c’o tormento,
8-      Para que seus enganos não dissesse.

9-      Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos
10-   A diversas vontades! Quando lerdes
11-   Num breve livro casos tão diversos,

12-   Verdades puras são, e não defeitos...
13-   E sabei que, segundo o amor tiverdes,
14-  Tereis o entendimento de meus versos!

5ª – etapa: Análise textual.
O soneto de Camões configura quatro funções da linguagem. São elas:

 Função poética: No trabalho com a expressividade do código, com a rima, métrica, sonoridade e seleção vocabular.
Função metalinguística: A metapoesia, a poesia-sobre-poesia, pois o tema central é exatamente a composição e a recepção do lirismo amoroso.
Função expressiva ou emotiva: Na presença do eu-lírico, em 1ª pessoa; (“ eu tivesse” ), (“ me fez”), (“ minha escritura” ) e ( “escureceu-me” ).
Função apelativa ou conativa: Nos apelos ao leitor, ao receptor, implícito na 2ª pessoa do plural, a partir do verso 9: “ Ó vós”, “quando lerdes”, “sabeis” e “tereis”.

6ª- etapa: Exercícios propostos:
1º) Por que nos versos 5 e 9 a palavra Amor está grifada com inicial maiúscula e no verso 13 está grifada com minúscula? Há diferença de sentido? Como se chama esse procedimento?
RESPOSTA: Nos versos 5 e 9, o poeta refere-se ao Amor como um conceito, um valor intemporal, universal, abstrato e absoluto. Por isso valeu-se da inicial maiúscula, da chamada maiúscula alegorizante. No verso 13, amor está grafado com minúscula por referir-se à experiência humana, à relação interpessoal, concreta, à relação amorosa vivida, não idealizada.

2º) Faça a escansão do dois primeiros versos.
RESPOSTA:
Em / quan / to / quis / for / tu / na / que / ti / vê // sse
Es / pe / ran / ça / de al / gum / com / tem /ta / men // to

Os versos são decassílabos.

3º) Identifique o sistema de rimas:
RESPOSTA:
Nos quartetos, as rimas são interpoladas ou opostas: Abba – Abba ( ESSE-ENTO-ENTO-ESSE )
Nos tercetos são alternadas ou intercaladas: cde – cde (EITOS-ERDES-ERSOS ).


7ª – etapa: Recursos necessários:
Lousa, giz, caderno ou folha sufite, caneta ou lápis e livro didático.



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